Das Palavras e Intenções

11/04/2010

O ar faltou essa noite, outra vez! Medo do próximo minuto, suspiro enorme de um não querer calar-me agora; nem posso, ainda há tanto a fazer...
Lá fora, a chuva rolava mansa e o silêncio presente angustiava muito mais. Notas do passado vagavam no meu cantinho e, ali, sozinho, também faltavam as palavras para outras explicações!

As palavras...pensei nelas como há muito não fazia. O quanto de tudo pode nascer dos ecos da alma, com ou sem intenções verdadeiras. Incrível o poder que elas têm, misteriosa força que leva um alguém ao céu e inferno na velocidade dos pensamentos, dos processos de análise que faz da mente uma fábrica de idéias a produzir emoções de todos os tipos, conflitos internos pela falta de atitude. Segurança perdida que, por virtude, acredito não fazer sentido no meu viver.

Mas é assim! Quando ditas a esmo, deixa enfermo aquele que pensa demais, provocando dúvidas a todo o momento. O sustento da dor - hipótese sem nexo - na ausência do amor declarado ao vento em prosa e verso, em um tempo bom das voltas da vida, onde as verdades aparecem com o simples brilho do olhar. Fica fácil falar, gostoso de ouvir, planejar o amanhã e sentir, de fato, a intensidade das palavras e do bem querer.

No silêncio, porém, o ser que ama fica mudo, tece em si um escudo que prospera na medida das tolas decisões, das coisas feitas que congelam a paixão e minam o bem bom do suspiro da manhã. Raios de sol a iluminar amigos, amores, amantes...

Covardes são os que dizem sentir e exaltam o vocábulo do amor por nada! Gritam em devaneios a seduzir um outro que, de pouco em pouco, cai nas teias das relações a dois. Aí, nasce a alegria, a euforia do beijo bom, do abraço apertado, do prazer consentido, das conversas que instigam e fazem sonhar. Depois, vem o vento forte levando o pouco que se tem - denúncia de conteúdo que nem de longe existiu.

Estúpidos também são os que se calam e evitam o saudável 'combate' de idéias, dos planos feitos diante de um sorriso, na troca de olhares e na cumplicidade das criaturas apaixonadas. Conversar é preciso, sempre! Mesmo que por motivo, seja pela última vez.

É louco demais esse jogo das palavras. Um perde e ganha sem tamanho que faz estranho o seu poder. Ausente ou presente, em gritos ou sussuros, elas podem e muito machucar, queimar a vaidade, produzir saudades e muros invisíveis, impossíveis de saltar. Nem sei direito se existe um tom perfeito quanto a isso, mas tento, a tanto custo, descobrir...



(Autor Desconhecido)

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