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9/19/2012
Estava mexendo em uns arquivos no meu pc e achei esse poema, desconheço o autor, mais é profundo, intenso, sinistro, gótico..
Enfim, quem tiver interesse ler!
É a necessidade
que me consome
Tal qual o ferro
moldado a aço
Como a água que
evapora ao mais sombrio dos calores
Ao inóspito
coração da estrelas
Bem como eu havia
sonhado milênios antes de vir pra cá
Eu me inclino
ante as potestades da terra e do céu
Mergulhando no
meu mais profundo bel-prazer
De acordo com meu
ego desvanecido
E ao mesmo tempo
em que me sustenta nessa vida mundana de ninguém
De acordo com as
asas do vento que me levam cada vez mais para o lugar comum
Vejo que minha
vida se resume ao grande nada perante o Universo
O grande
multiverso que me contem que contem todas as minhas vidas anteriores e
superiores
O abraço do
despertar das relíquias eternas
Não me surpreende
quando eu tento ver tua voz de novo no espelho do meu quarto
Tudo me contem e
eu contenho o Tudo
Estou de acordo
com todas as conformidades do Universo
Vivo minha vida
como uma árvore monogâmica
Solitária e
adversa a todas as solidões que me podem presentear
Galgarei os
calcanhares de quem quer o meu mal
E atravessarei
todos os vales em chamas
Respirarei o
vento das estrelas
Assim como as
águas profundas de um mar que já se esqueceu
Eu sou o ar de
todas as sombras
Eu sou a relíquia
de um relicário esquecido pelo tempo
Mas que não se
apagou da memória de quem tem fome de Justiça
Advenha o tempo
comum onde todas as coisas se unirão em uma só apenas
É o caos que me
vem a todo instante
É o rio de
lágrimas que corre corre e não lava sequer o que deve ser limpo
É a chama de
minha alma que te consome
É o meu sopro de
vida que se consome
Autor desconhecido
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