Entre tombos, crendices e criaturas

11/02/2012


É virando a cabeça e flertando com o passado que eu percebo o bom fardo que herdei. Peso mínimo diante das circunstâncias de outrora que, agora, pinta na tela da mente, provocando angústia de um tempo ausente onde o ferido fui eu. Das coisas feitas sem noção de machucar um alguém ou o meu próprio coração. Será mesmo? 

Difícil dizer, pelas vielas do mundo, o quanto amedronta o corte profundo dos tombos da vida! É...são feridas que brotam por todos lados onde o bicho Homem se aventura, conspira e deseja chegar. Provocam as dores do não saber, do não querer, do não aceitar que o único impune, de fato, é aquele que não vive, apenas espera. Congela o saudável e necessário risco do próximo minuto... 

E o livre arbítrio oferece tanta coisa né? Do sonho que inspira ao vício que cresce, na medida em que tudo vira muleta - o álibi da morte; da pedra de pó atirada ao vento quebrando a razão de um ser ferido ao baile do amor, aquele cuja a dança provoca o ápice dos extremos. Céu e inferno , de acordo com as intenções do bem bom das relações humanas. 

Então, quando o espelho do destino mostra a outra face e inverte os papéis, a criatura transforma-se. Nasce assim a vítima do próprio querer - que resmunga, cobra e reclama sem base nenhuma. O buraco vira cratera e, no sufoco de entender, solta farpas de revolta, cospe o fogo do desespero num lapso de insanidade. 

É verdade, no auge da ignorância imediata já fiz muito isso! Perde-se o rumo da coerência. Mas sem chão, o tombo é inevitável; a dor então, é aguda de um tanto, que o fim parece ser. E no fundo do abismo, lavantar é extremamente preciso, logo porém, outra queda faz sangrar a carne com os espinhos da lembrança, das sementes mal plantadas no jardim da vida. 

E, de tanto cair, nem mais se quer lavantar. Ficar de joelhos parece ser a melhor opção para evitar novas quedas ou pelo menos ameniza-las. É também a posição preferida para rogar clemência, pedir perdão e questionar a razão de tanto 'castigo'. Ora, isso nem existe! 

No auge da sabedoria, Deus nunca castiga. Simplesmente convida a aprender, estimula o saber através dos muitos lados da situação. Seja vítima ou vilão, a métrica do crescimento é sempre justa. Agora, depois de muito tombo, consigo entender! 

O sangue que hoje jorra, vira, em tempo certo, jarra de vinho tinto, embrigando a alma de resignação e desejos por dias melhores. E eles virão? Quem sabe... 

Um ótimo fim de semana aos amigos e criaturas diversas. E que tudo de bom possa rolar... 

Na melodia do amor, tu és o acorde mais bonito, minha bela! Aquele que eu dedilho com esmero no palco das minhas intenções.


(Autor Desconhecido)

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