[Poema] Antes que Amanheça
1/08/2013
Remexo-me no incêndio das províncias,
penetrando subúrbios sem barreiras,
forçando as horas frescas das manhãs,
carregando a marmita dos apitos.
Garoto-propaganda das quimeras,
recém-deixado à margem da utopia,
ajeito o brim surrado do uniforme
para enfrentar as filas do outro mundo.
Mecânico gestor do arroz com ovo,
marcado pra morrer em data incerta,
engulo as emoções em tiras vivas.
O coração da fábrica é de pedra.
Meus pés mastigam ruas de aço puro.
Quero sumir bem antes que amanheça
Do Livro QUARENTA SONETOS SEM PECADOS, Editora Zen – 2007
1 comentários
Amei o texto :)
ResponderExcluirObrigada pela sua visita!
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