[Resenha] A Casa das Sete Mulheres

9/04/2017


Livro: A Casa das Sete Mulheres
Autora: Leticia Wierzchowski
Páginas: 462
Ano: 2017
Comprar: Físico

Sinopse: Durante a Revolução Farroupilha (1835-1845) — uma luta dos latifundiários rio-grandenses contra o Império brasileiro —, o líder do movimento, general Bento Gonçalves da Silva, isolou as mulheres de sua família em uma estância afastada das áreas em conflito, com o propósito de protegê-las. A guerra que se esperava curta começou a se prolongar. E a vida daquelas sete mulheres confinadas na solidão do pampa começou a se transformar. O que não está nos livros de história sobre a mais longa guerra civil do continente está neste livro de Leticia Wierzchowski, um exercício totalizador sobre a violência da guerra e sua influência maléfica sobre o destino de homens e de mulheres.

A casa das sete mulheres é um romance histórico, ora narrado em terceira pessoa, ora em primeira, é uma trilogia que terá como cenário a Revolução Farroupilha, mas aulas de história a parte. Foquemos na narrativa.

"A arte de sofrer é inconsciente... E é preciso fingir que se vive, é preciso."

A Guerra havia estourado, Bento Gonçalves líder da revolução, envia sua esposa, filhos (as), sobrinhas e irmãs para Estância da Barra que fica afastada da guerra, enquanto os homens mais velhos da família o acompanha.
A Estância é um lugar cercado de beleza natural e essas mulheres terão que viver ali, afastadas, de tudo e de todos, até que a guerra chegue ao fim.
Ana, Maria Manuela, Caetana, Perpétua, Rosário, Mariana e Manuela irão viver naquele lugar da melhor maneira possível, cada uma com seus sonhos, orações e afazeres. Mas nem todas sabem viver com aquela paz, em meio a guerra e as perdas.

"Numa casa de mulheres, as notícias correm rápido."

Dentro da narrativa encontraremos os "Cadernos da Manuela", onde ela irá contar sua visão da guerra, suas angústias, seus sentimentos pelo aliado de seu tio, o italiano Giuseppe Garibaldi, um amor impossível visto que ela está comprometida com seu primo Joaquim que está na guerra.
Uma guerra que durou 10 anos, será contada com detalhes da batalha. Viveremos o drama dessas mulheres vendo seus filhos e maridos indo em busca de uma República com a incerteza de que irão voltar.

"A tristeza não se mostra é uma espécie de nudez."

O leitor mergulhará de fato na escrita da autora e sentirá com os personagens a angústia da espera, veremos amores impossíveis surgirem e até sobrenatural.
Uma leitura densa, rica em detalhes, a cada página lida vemos a coragem e a força dos personagens diante das situações.

"Não queria que ninguém soubesse, nem de longe, quanto lhe pesava aquela nova solidão. A solidão de não ter mais por quem esperar."

É um livro que vale a pena ser lido.

8 comentários

  1. Esse livro é uma delícia. Mistura o real e o imaginário, contando um pouco da vida e costumes das mulheres gaúchas durante a guerra. É um daqueles livros que a gente tem que ler mais de uma vez na vida para não perder nenhum detalhe. E a autora é ótima. Ela tem outras obras que eu curti bastante também!
    Bjos

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  2. Muito bom! Adoro não só a narrativa, a história, mas toda a gama de reflexões que nos leva a fazer. Ótima dica.

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  3. Ualll que livro bacana, nunca tinha visto resenha dele, só sabia da novela rs. Amei, parece ótimo. Tenso esse negócios de ficar esperando maridos e filhos voltarem vivos da guerra.
    Fiquei bem interessada.

    Beijos

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  4. Oie, tudo bem?
    Eu adorei sua resenha! Já vi a série mas era muito pequena, então não me lembro de quase nada. Rever a história lendo esse livro seria muito bom, então quero muito!

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  5. Olá
    Ultimamente e eu tenho lido muitas resenhas relacionados a essa obra que confesso me deixou bem surpreso. Acho essa nova edição muito da linda e sem dúvidas essa eu compraria. Ainda não li a obra, nas pelo que notei nas resenhas vi que a coisa é legal. Até mais ver
    Bjs

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  6. Olá! Tudo bom?
    Nunca li esse livro, mas conheço um pouca da história, e eu curto muito, acho bem interessante.
    Beijos, Joyce de Freitas.

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  7. É um clássico que está na minha lista, e muito referenciado e abordado na literatura, então imagino que seja maravilhoso e bem reflexivo mesmo.

    Beijos!

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  8. Ooi
    Não sabia da existência desse livro, confesso. Kkkkk
    Apesar de estar fora da minha zona de conforto, ele chamou minha atenção; daria uma chance, com certeza.

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