[Resenha] Rede de Sussurros

12/02/2019


Livro: Rede de Sussurros
Autora: Chandler Baker
Páginas: 384
Ano: 2019
Comprar: Físico


"Rede de Sussurros" é um livro impactante!
O  livro começa com uma morte, alguém cometeu suicídio ou foi assassinato, não se sabe ao certo. Só sabemos que a morte aconteceu. Quem morreu? O que levou a causa dessa morte?
Com capítulos intercalados entre os relatos das testemunhas e a história contada de acordo com o presente e passado, vamos entendendo o desenrolar desse caso.

"... acreditava que alguém podia ser uma "boa pessoa" apesar de suas ações, como se as ações de alguém não fossem justamente um indicativo de seu caráter."

Após a morte do CEO (que não é a morte do impactante do livro) da Truviv, um escritório que representa marcas esportivas famosas, Sloane Glover, Ardie Valdez e Grace Stanton, poderão ter Ames Garret como sucessor do falecido CEO, mas elas não acham que isso seja a coisa certa, pois ele não tem um comportamento adequado em seu contato com mulheres, na verdade ele abusa de seu poder para intimidar, chantagear e assediar moral e sexualmente as mulheres.

"... o segredo de ser invisível não era andar na ponta dos pés. Isso só servia para chamar mais atenção e deixar todo mundo inquieto." 

Só que está rolando dentro do escritório uma lista com nomes de homens poderosos que fazem o que o mesmo que chefe delas e o nome dele não está nessa lista, até que ele tem uma postura inadequada com a nova funcionária e juntas elas decidem que  o nome dele dever ser posto na lista sim.

"Éramos razoáveis e irracionais, cínicas e ingênuas, mas estávamos sempre, sempre à procura."

A história vai se desenrolando trazendo a tona o passado e segredos de seus personagens, cada uma já fez algo que se arrependem, humanas porém mulheres que tem que se impor e nunca demonstrar fraqueza num escritório de advocacia onde o que impera são os homens, um livro cheio de representatividade feminina, que trás temas como assédio, maternidade, casamento, traição.

"... um sorriso caloroso, uma risada fácil e - pronto - não importava o homem com quem estivesse falando, ele se sentia instantaneamente mais feliz."

A autora consegue nos prender do início ao fim do livro, é envolvente, impactante e real, por mais que trate de ficção sabemos que essa rede de sussurros existem, muita mulheres são assedias em seus trabalhos, porém têm medo de se impor ou falar algo para não perder o emprego. É triste, é deprimente vê que ainda hoje isso é bastante comum.




Sinopse: Grace, Sloane e Ardie são amigas e trabalham há anos nos escritórios de uma das marcas esportivas mais famosas do mundo. As três ocupam cargos de importância do setor jurídico da companhia. No entanto, quando morre o CEO da empresa, o trio recebe a notícia com uma angustia ainda maior do que o esperado: Ames Garrett, o chefe direto delas, um executivo de postura reprovável em seu trato com as mulheres, é o favorito para herdar o cargo.
A ascensão de Ames – um homem com histórico de intimidação, chantagem e assédio moral e sexual – oferece perigo real para suas subordinadas do escritório. Elas sabem como as engrenagens do machismo funcionam na sociedade: não são raras as vezes em que a mulher é compelida a manter o silêncio para evitar represálias – a aceitar as regras do jogo em vez de apontar suas fundações envenenadas. Rede de sussurros lança mão do termo que se notabilizou durante o movimento #MeToo: a rede de apoio na qual a informação é passada de maneira privada entre as mulheres, seja por fóruns, no boca a boca, através de listas, divulgando os crimes de homens poderosos, há anos varridos pra debaixo do tapete. Segundo um levantamento de 2018 do “The New York Times”, o #MeToo pôs fim aos anos de impunidade não só de Harvey Weinstein – o produtor de cinema que simbolizou o arquétipo de assediador poderoso –, mas de outros duzentos caciques dos mais variados ramos da industria.
É uma virada animadora, embora a resistência ainda se revele uma atrocidade. Talvez seja por isso que erodir esse sistema tenha muitas vezes ares de uma revolução silenciosa, como uma forma de derrubar o gigante enquanto ele ainda está distraído. Afinal, como diriam as narradoras de Rede de sussurros: “O que iríamos perceber era que, quando um prédio está em chamas, ninguém sussurra “Fogo” [...] Ninguém pede ‘socorro’ com delicadeza, em voz baixa, pra não perturbar os colegas. Então, por que fazíamos isso? É este o propósito de sussurrar: garantir que nem todos ouçam. Não comente com ninguém, mas o prédio está pegando fogo.”

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