[Resenha] Os Segredos que Guardamos
3/25/2020
Livro: Os Segredos que Guardamos
Autora: Lara Prescott
Páginas: 365
Ano: 2019
Quando comecei a ler "Os Segredos que Guardamos" já fiquei interessada por se algo que se baseia em fatos. A história gira em torno da publicação do livro Doutor Jivago considerado antipatriótico pela URSS na década de 1950.
"Como interrogador, você deve saber o quanto a memória pode ser duvidosa."
O livro trás vários personagens e histórias que se ligam, teremos as visões das datilografas nos EUA que além de seus trabalhos acabam ouvindo sobre a missão Jivago, além da história paralela de Sally e Irina, uma veterana como agente secreta e a outra novata respectivamente.
"...algo que me atormentou a vida inteira: a sensação de nunca me encaixar, de me sentir mais confortável a sós."
Teremos também a visão de Olga, a amante e musa inspiradora de Bóris, autor de Doutor Jivago, ela é uma mulher forte e decidida, passará por muita coisa e a maioria delas nada agradáveis. Já Bóris acredita que o livro é a obra da sua vida, mas as vezes vemos que ele dá pra trás nas situações e é Olga que normalmente está a frente de tudo, muito mais que a esposa do autor.
"Eu imaginava como seria desaparecer por completo em uma pessoa nova. Para se tornar outra pessoa, primeiro você precisa querer se perder."
É um livro que nos envolve, nos deixa próximos aos personagens, que nos faz refletir e quanto mais eu lia mais eu queria demorar a finalizar a leitura, me apeguei a todos nessa história. É um romance cheio de mistérios, suspense, nos deixa com vontade de ler o livro Doutor Jivago (tem filme também) e conhecer um pouco mais sobre a Guerra Fria.
A autora trás temas importantes como nacionalismo, a crueldade dos campos de trabalho, as mulheres mostrando que são tão boas quanto os homens, procurando se destacarem e buscar seu lugar. É um livro que vale a pena ser lido, é uma história linda apesar da crueldade que existe por trás.
Sinopse: União Soviética, década de 1950. O célebre poeta russo, Boris Pasternak, escreve a obra mais importante de sua vida, o romance Doutor Jivago, uma história de amor ambientada após a Revolução Russa, cujos protagonistas são inspirados no próprio autor e em sua amante, Olga Ivinskaia.
Considerado antipatriótico pelo governo soviético, o livro tem sua publicação proibida, mas graças aos esforços de um editor italiano consegue ser levado para fora da Cortina de Ferro e ser publicado na Itália. Em plena Guerra Fria, o governo norte-americano enxerga na obra uma excelente arma de propaganda e, através da CIA, organiza uma missão para distribuir exemplares de Doutor Jivago entre cidadãos russos.
Aos poucos, somos apresentados a uma cadeia de intrigas, conspirações, amores proibidos e viagens internacionais, por meio de capítulos que se alternam entre Ocidente e Oriente, União Soviética e EUA, e cobrem duas décadas, entre 1949 e 1961. A história é narrada por mulheres fortes que lutam por seus ideais, famílias e desejos. Do lado russo, Olga Ivinskaia, amante, musa, companheira e agente literária de Pasternak. Percorremos com ela os terríveis campos de trabalho forçados e os bucólicos e poéticos campos nevados do interior da Rússia. Do lado americano, conhecemos os detalhes da Missão Jivago por meio das datilógrafas da CIA em Washington e de duas agentes, a veterana Sally Forester e a novata Irina, que deixam o trabalho de escritório para ir ao campo.
Com as duas, passeamos por museus, lanchonetes e sebos da capital norte-americana - e perdemos o fôlego em missões secretas ao redor do mundo. Em ambos os lados, somos apresentados às ações mais nobres, e também às mais baixas, tomadas em nome de alguma ideologia. Entre agentes duplos, traições, histórias de amor, dramas familiares, bombas e foguetes, acompanhamos não apenas a saga da publicação de um clássico da literatura como também a história de mulheres precursoras que batalharam para serem protagonistas de suas próprias vidas.
0 comentários
Obrigada pela sua visita!
Volte Sempre!