[Resenha] Herdeiras do Mar

7/15/2020


Livro: Herdeiras do Mar
Autora: Mary Lynn Bracht
Páginas: 304
Ano: 2020
Comprar: Físico

Em "Herdeiras do Mar" iremos conhecer a história de Hanna e Emi, duas irmãs separadas por conta da ocupação dos japoneses na Coréia. A história será intercalada entre Hanna em 1943 e Emi em 2011 com suas lembranças da época, contando tudo como aconteceu, com detalhes.
Hana em 1943 deixou-se ser levada de sua família pelos soldados japoneses como forma de proteger sua irmã mais nova e aos 16 anos ela foi estuprada e fizeram dela uma prostituta. Apesar de tudo que passo, nunca esqueceu da sua família sempre pensando em um dia poder voltar a vê-los.

"Ela se pergunta como sons tão alegres podem existir num lugar tão cheio de horror e sofrimento."

Emi em 2011, irmã de Hanna, hoje uma senhora ainda vive na ilha de Jeju, tem dois filhos e um neto. Ela conta as lembranças que tem de irmã e tem tido sonhos frequentes com ela. Teremos a história narrada pelo ponto de vida da Emi que alguns anos após a irmã ter ido embora, teve seu pai assassinado pelos conterrâneos e foi obrigada a se casar com um oficial, ainda adolescente, ela também passou por várias tristezas e traumas, mas a Emi (hoje idosa) acredita que um dia poderá ainda encontrar a irmã e saber o que de fato aconteceu.

"Às vezes velhas feridas precisam ser reabertas para serem curadas de maneira adequada."

É uma história emocionante e revoltante, em vários momentos tive muita raiva das coisas que acontecia com essas duas mulheres, várias vezes me peguei chorando em quanto lia. Para que entendam melhor a história tem como pano de fundo a ocupação japonesa na Coréia, ele impuseram um regime de terror, onde milhares de pessoas foram atiradas em campos de trabalho forçado ou em fábricas com condições de trabalho análogas a escravidão.

"Se ainda estão falando sobre nós, não vamos desaparecer."

Também impuseram leis de forma a suprimir a cultura coreana, banindo a língua, tornando-a proibida, além de que pessoas com nomes de origem coreana foram barradas e obrigados a darem a seus filhos nomes de origem japonesa.
Durante a guerra (1941 a 1945) os coreanos foram enviados para trabalhar como escravo nas nações ocupadas pelo exército imperial japonês e milhares de mulheres, inclusive crianças foram forçadas a prostituição, conhecidas como "mulheres de conforto".
A partir dessa explanação vocês já podem imaginar o quanto a história dessas duas mulheres é emocionante, a autora consegue trazer a tona nossos sentimentos e vale ressaltar que essa é uma parte da História do mundo que é ignorada por muitos.

Sinopse: A história comovente e desconhecida das mulheres coreanas na Segunda Guerra Mundial ganha vida neste romance épico, profundo e sensível sobre duas irmãs e um amor capaz de atravessar gerações.Quando Hana nasceu, a Coreia já estava sob ocupação japonesa, e por isso a garota sempre foi considerada uma cidadã de segunda classe, com direitos renegados. No entanto, nada diminui o orgulho que tem de sua origem. Assim como sua mãe, Hana é uma haenyeo - uma mulher do mar, que trabalha por conta própria seguindo uma tradição secular. Na Ilha de Jeju, onde vivem, elas são as responsáveis pelo mergulho marinho - uma atividade tão perigosa quanto lucrativa, que garante o sustento de toda a comunidade.Como haenyeo, Hana é independente e corajosa, e não há ninguém no mundo que ela ame e proteja mais do que Emi, sua irmã sete anos mais nova. É justamente para salvar Emi de um destino cruel que Hana é capturada por um soldado japonês e enviada para a longínqua região da Manchúria.A Segunda Guerra Mundial estava em curso e, assim como outras centenas de milhares de adolescentes coreanas, Hana se torna uma mulher de consolo: com a penas dezesseis anos, ela é submetida a uma condição desumana em bordéis militares. Apesar de sofrer as mais inimagináveis atrocidades, Hana é resiliente e não vai desistir do sonho de reencontrar sua amada família caso sobreviva aos horrores da guerra.
Em Herdeiras do mar, Mary Lynn Bracht lança mão de uma narrativa tocante e inesquecível para jogar luz sobre um doloroso capítulo da Segunda Guerra Mundial ainda ignorado por muitos.



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